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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

SANEAMENTO: PREOCUPAÇÃO QUE TEM OBJETIVO A QUALIDADE DE VIDA A POPULAÇÃO!!!

Cinco cidades da região já começaram a desenvolver Plano de Saneamento Básico

Lei federal obriga municípios a apresentarem projetos para melhoria no tratamento de água e esgoto até 2014; medidas garantem qualidade de vida à população

Por Gabriela Martins 
Cinco cidades da região de Araraquara já começaram a desenvolver seu Plano de Saneamento Básico. A ação traz o diagnóstico e as melhorias que podem ser feitas nas redes de tratamento de água e esgoto, macrodrenagem urbana e manejo das águas pluviais, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

A criação do plano prevê avanços do setor nas cidades de todo o País a longo prazo, entre 20 e 30 anos, e está prevista na Lei nº 11.445/07. O ano de 2014 é o limite para sua elaboração e implantação. Em Araraquara, o planejamento está sendo desenvolvido por uma empresa especializada e encontra-se em fase final. "O plano contempla a ampliação das redes de água e esgotos, pois prevê o aumento populacional. Ele contará também com a reciclagem dos resíduos sólidos, transformando restos de construção em material para tapa-buraco e em vicinais", explica Guilherme Soares, superintendente do Departamento Autônomo de Água e Esgotos (Daae).

A cidade conta com 100% de tratamento de água — são 80 litros tratados por segundo na unidade do Paiol e 600 litros por segundo na unidade da Fonte. Além disso, também tem 100% de esgoto tratado; por segundo, passam pela unidade 800 litros de material.

O Município descarta seu lixo orgânico no aterro de Guatapará e tem sete bolsões de entulho, que recebem até 600 toneladas de inservíveis por mês.
Américo está elaborando medidas
Em Américo Brasiliense, o plano de água e esgotos foi desenvolvido em 2008, com levantamento de todas as necessidades sanitárias. A rede de água abrange 100% da cidade e a de esgoto 90%. Toda a água coletada é tratada, mas o esgoto é despejado, sem tratamento, nos Córregos Maria Mendes e Xavier.

De acordo com Júlio Cesar Perroni, diretor do Departamento de Água e Esgoto (Daema), o primeiro plano já não é suficiente. "A cidade não para de crescer e, por isso, é necessário ampliar a rede, perfurar novos poços e criar reservatórios. São obras emergenciais que custam R$ 10 milhões."

A cidade dará inicio, ainda este ano, à construção de sua Estação de Tratamento de Esgotos (ETE), que cuidará de 100% deste resíduo. A obra de R$ 12 milhões teve verba repassada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), por meio do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) 2. "A ETE deve estar pronta até o início do próximo ano. Mas, além de planos de curto e médio prazo, temos os de longo prazo, que preveem a construção de um parque com lagoa para auxiliar a drenagem pluvial nas regiões do Maria Mendes e São José, impedindo enchentes. Os custos, no entanto, são altos e chegam a R$ 40 milhões."

Os estudos para isso estão divididos em três fases e começam em agosto: diagnóstico (45 dias), prognóstico (45) e as proposições (30). A Prefeitura pretende, assim, estabelecer um conjunto de regras que assegurem, de forma sustentável, a gestão e prestação de serviços de saneamento básico para as próximas décadas.

Para sólidos, Américo Brasiliense conta com descarte de resíduos de saúde e domiciliar, além de ter nove ecopontos, que recolhem os restos de construção.
Eu vi
"Instalamos os pontos de recolhimento, mas ainda é necessário que as pessoas criem o hábito de levar todo o seu entulho até o local, em vez de dispensá-lo em qualquer terreno ou às margens dos rios. É uma mudança de cultura difícil de ser feita, mas que precisa ser modificada. Cuidar do descarte do lixo e dar o destino correto a ele é cuidar da saúde pública. Por trás de todas essas ações, está a prevenção."
Júlio Perroni
Diretor do Departamento de Água e Esgoto de Américo Brasiliense (Daema)

Nova Europa não tem plano
A cidade de Nova Europa recebeu, em 2011, um repasse no valor de R$ 1,47 milhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, do Governo Federal, para trocar parte do encanamento da cidade e reestruturar a rede de água. Além disso, receberá R$ 800 mil do programa Água Limpa, do Governo do Estado, para verificar a situação das redes de esgoto e planejar quais melhorias precisam ser feitas.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Valter Jockner, a cidade ainda não formulou seu Plano de Saneamento, porém realiza trabalhos de tratamento, coleta e reciclagem. Além das verbas para o esgoto e água, a cidade recebeu repasse para a construção de um galpão para reciclagem de resíduos de construção. "Temos aterro controlado, postos de entrega voluntária de resíduos e agente de postura, que orienta, adverte e, em último caso, multa quem descarta lixo em local irregular. Com isso, as ocorrências caem. As pessoas se conscientizam sobre cuidar do meio ambiente. Desenvolver e seguir esse plano ajuda a mostrar o que é importante realizar na cidade, não hoje, mas em um período mais amplo."
Santa Lúcia: Em andamento
A cidade desenvolve seu Plano Diretor com rede de água e esgotos e já conta com recolhimento de resíduos e a recém-inaugurada ETE, que recebeu investimento de R$ 2,4 milhões do Programa Água Limpa, do Governo do Estado. Gavião Peixoto também desenvolve seu plano e assinou em 2011 com o mesmo programa para verificar a situação das redes de esgotos e planejar melhorias.
Matão diminui despejo irregular
O plano de saneamento de Matão já foi finalizado e aprovado no início de 2011, prevendo investimentos de R$ 40 milhões para melhorias. Entre elas está a implantação de um emissário de esgoto na margem direita do Córrego Cascavel, outro próximo ao Rio São Lourenço e atualização das antigas tubulações de água e esgotos.

Agora, a cidade trabalha no desenvolvimento do plano de resíduos e de drenagem urbana, que recebeu recursos da Fundação Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro). "Acredito que até julho esteja finalizado. Realizaremos um diagnóstico geral e veremos quais melhorias podem ser feitas. Nosso plano deve seguir as mesmas diretrizes que o nacional. Queremos que comerciantes, consumidores e governantes se preocupem com o meio ambiente", afirma Maria Bellintani de Carvalho, diretora de Meio Ambiente.

Ela alerta para que as pessoas reduzam ao máximo seu consumo, reutilizem tudo que for possível e só descartem em último caso. "Todos precisam conhecer os problemas que o lixo jogado próximo aos rios e terrenos pode causar. Precisamos de penalidade pesada para o despejo irregular."

A cidade conta com pontos de entrega voluntária. Segundo a diretora, isso já diminuiu o despejo em locais irregulares em quase 90%, mas o resíduo jogado por lá vem muitas vezes acompanhado de lixo domiciliar.
Motuca também não tem projeto
Motuca é uma das cidades da região que ainda não deu início ao seu plano, porém conta com tratamento de água e esgoto e reutiliza os resíduos de construção — eles são triturados e utilizados para melhorar vicinais da cidade. "Aqui, a rede de água é suficiente. Temos dois poços em funcionamento, um reserva e outro em construção no assentamento. O número supre a demanda, mas a cidade cresce e nosso plano terá essa previsão, colocando o que precisa ser feito para que não falte água", explica Edmundo Domingos, secretário de Planejamento e Obras. Além disso, a cidade conta com destino certo para o lixo hospitalar e domiciliar, faltando apenas a drenagem pluvial.

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