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quarta-feira, 31 de julho de 2013

EDUCAÇÃO DE BOA ESPERANÇA TEM PIOR IDHM DA REGIÃO

Educação deixa Boa Esperança do Sul, SP, com pior IDHM da região

Município apareceu em 2412º em ranking de desenvolvimento da ONU.
Falta de professores efetivos contribuiu para o desempenho, diz Prefeitura

Do G1 São Carlos e Araraquara
A cidade de Boa Esperança do Sul (SP) é o município da região de São Carlos (SP) com o pior Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), segundo estudo divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) intitulado "Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013". A cidade aparece em 2412º lugar no Brasil. O baixo índice obtido na categoria educação contribuiu para desempenho no ranking. A Prefeitura informou que a economia da cidade está melhorando e que a nota aumentou em relação ao último IDHM.

Boa Esperança obteve pontuação 0,562, o que representa um índice baixo em uma escala que varia de 0 a 1. Segundo o estudo, a baixa nota em educação contribui para o mau desempenho no índice. A mãe do estudante Adrian da Silva, de 7 anos, confirma a situação da cidade. O garoto está na escola há um ano e não consegue escrever o próprio nome. “Acho que as professoras deveriam dar mais atenção na sala de aula para ele conseguir aprender mais”, disse Alessandra Aparecida da Silva.
No primeiro dia de aula após as férias, poucos alunos compareceram às aulas em Boa Esperança do Sul, SP (Foto: Reprodução/EPTV)No primeiro dia de aula após as férias, poucos
alunos compareceram (Foto: Reprodução/EPTV)
No primeiro dia de aula depois das férias, dos 380 estudantes do 1º ao 9º ano de uma escola de Ensino Fundamental, apenas 16 apareceram. Segundo a diretora, Maria Silvia Tonelli, a falta de interesse dos alunos vem de casa. “O pai que é responsável pelo filho, é ele que incentiva o filho, então se ele autoriza o filho a faltar, é cúmplice disso”, afirmou.

A mãe de Bárbara Jacomassi, de 11 anos, fica preocupada com as condições das aulas e diz que muitos professores faltam à aulas. “Eles não vão e a gente fica brincando”, contou a menina. “Ela tem que estudar e tem que ter o professor para dar aula, atenção para as crianças e isso está muito difícil”, disse Luzia de Fátima Jacomassi.

A diretora técnica de gestão educacional do município, Velma Laverde, justifica que na rede havia muitos professores que não eram efetivos. “Os nossos professores eram contratados, não efetivados, o que gerava o não comprometimento com a educação no município”, explicou. Ela afirmou que os educadores foram efetivados em 2012 e que a Prefeitura construiu mais escolas e aposta em convênios com o Governo Federal. “Adotamos o programa de alfabetização na idade certa e já está em funcionamento uma nova escola de educação infantil”, disse.
Para a pedagoga Joelma Burin, educação de qualidade não depende apenas de mais recursos e que o principal problema é que muitos alunos passam de ano sem ter aprendido o necessário. “Muitos alunos estão chegando lá no topo sem ter subido degrau por degrau e por isso dão um salto e com isso a gente encontra ele caindo da escada e não conseguem aprender”, comentou.

Ainda segundo a pedagoga, o principal investimento tem que ser no professor. “Um professor que consegue detectar, consegue perceber que o aluno não está aprendendo por algum problema o professor acompanharia um pouquinho melhor, mandaria para um especialista e faria com que ele deslanchasse com o resto do grupo”, explicou.

O especialista em gestão pública Matheus Delbon diz que a educação é o maior desafio e os pais podem cobrar mudanças. “A educação é sempre um ponto de mudança muito lento e os pais têm que acompanhar a qualidade de ensino, as secretarias municipais têm que fazer um planejamento mais efetivo, para garantir que esses índices venham a melhorar com o tempo”, considerou.
Índice
O IDH dos municípios vai de 0 a 1: quanto mais próximo de zero, pior o desenvolvimento humano; quanto mais próximo de um, melhor. O IDHM é um índice composto por três indicadores de desenvolvimento humano: vida longa e saudável (longevidade), acesso ao conhecimento (educação) e padrão de vida (renda). Araraquara obteve 0,815, considerado "muito alto desenvolvimento humano".
 
O IDH dos municípios vai de 0 a 1: quanto mais próximo de zero, pior o desenvolvimento humano; quanto mais próximo de um, melhor. O IDHM é um índice composto por três indicadores de desenvolvimento humano: vida longa e saudável (longevidade), acesso ao conhecimento (educação) e padrão de vida (renda). Araraquara obteve 0,815, considerado "muito alto desenvolvimento humano".
Municípios com melhor IDH-M 2013 (Foto: Editoria de Arte/G1)
 

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