A comida, o doce, a guloseima, também nos trazem lembranças, assim como as músicas. Meu pai todo final do ano ia a São Paulo comprar novidades para revender em sua farmácia em Gavião Peixoto. Sempre levava um dos filhos consigo e essa viagem para nós era fantástica. No trajeto meu pai sempre parava num restaurante à beira da rodovia que se chamava Figueira Branca. As vezes que eu fui ele comprava uns docinhos que só ali tinha e eu me deleitava até chegar ao nosso destino. O tempo passou, meu pai se foi, o Figueira Branca já não existe mais, a nao ser seu prédio em ruínas à beira da pista, e eu até entao nunca mais degustei daqueles docinhos que meu pai comprava.
Mas a vida é cheia de momentos mágicos e um dia desses me deparei com os deliciosos docinhos - aqueles do caminho da viagem épica da minha infância - ao entrar numa doceria. Eufórico, logo pedi uns três dele para saborear. A balconista percebeu o meu deleite, o êxtase pelos docinhos e viu que rolou uma lágrima de meus olhos. Cabia uma explicação de minha parte, entao eu lhe disse que aqueles docinhos tinha o cheiro, o sabor do meu pai. Pedi mais meia dúzia e segui adiante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.