NOSSO TEMPO

www.climatempo.com.br

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

19 ANOS DE GAVIÃO E REPORTAGENS SOBRE A EMANCIPAÇÃO E A CIDADE

Uma conquista...a Emancipação, e desta forma poder caminhar com as próprias forças e trabalho de sua gente, assim nascia a nova etapa da antes Distrito e agora cidade de Gavião Peixoto. Tendo em Alexandre Maruci o primeiro prefeito pelo PV.
Clique na imagem para ampliar
Gavião Peixoto

São Paulo - SP

Histórico 

Gavião Peixoto tem 
Históorigem no início do século. O governador do Estado implantou uma política de interiorização habitacional e foi criado o projeto de Nova Europa, Nova Paulicéia e Gavião Peixoto. O decreto de criação da cidade foi assinado em 12 de janeiro de 1907. As terras pertenciam a Sesmaria de Cambuhy, cujo proprietário era o Conselheiro Bernardo Avelino Gavião Peixoto. Em sua homenagem, o núcleo formado às margens do Rio Jacaré-Guaçu, recebeu seu nome. Depois veio a ferrovia, por meio da estrada de ferro Douradense, útil para o escoamento da produção e para o transporte de pessoas e cargas. A usina hidrelétrica, construída pela Companhia de Força e Luz de Jaú, começou a ser formada em 1908. 

Os operários ficavam alojados no local onde é hoje a praça da cidade. Com a usina, interesses econômicos trouxeram novos habitantes para Gavião Peixoto. Hoje, pertencendo a CPFL, a usina ainda fornece energia, por meio de seus geradores originais importados da Inglaterra. Muitos russos vieram para a cidade na época da Revolução Russa. Com a febre amarela, essa colônia russa foi praticamente dizimada. Hoje, resta apenas um cemitério no bairro rural de Nova Paulicéia. A ferrovia foi desativada em 1969 e a cidade só volta a ter acesso fácil às cidades da região por meio das rodovias (SP-331 e Rodovia Nelson Barbieri, que liga Gavião Peixoto a Araraquara. O fim da estrada de ferro provocou um declínio na economia do local, agravado com a quebra na lavoura do algodão. A cultura de laranja responde por 53% da economia e a cana-de-açúcar por mais 38%. No caso da laranja quatro empresas dominam o setor: Fischer, Cutrale, Marchesan e Maruiama. Uma nova fase na economia de Gavião Peixoto está para começar, o município foi escolhido para ser sede da segunda fábrica da Embraer. 

Formação administrativa 



Distrito criado com a denominação de Nova Paulicéia, pelo decreto-lei estadual nº 1328, de 31-10-1912, com sede no núcleo colonial de mesmo nome, no Município de Araraquara.
Nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1-IX-1920, o distrito de Nova Paulicéia figura no município de Araraquara. 
Pela lei nº 1993, de 05-12-1924, transfere a sede do distrito para o povoado de Gavião Peixoto, assumindo o distrito a esta denominação.
Em divisão administrativa referente ao no de 1933, o distrito de Gavião Peixoto (ex-Nova Paulicéia) figura no município de Araraquara. 
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de Gavião Peixoto permanece no município de Araraquara. 
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1993.
Elevado à categoria de município com a denominação de Gavião Peixoto, pela lei estadual nº 9330, de 27-12-1995, desmembrado do município de Araraquara. Sede no antigo distrito de Gavião Peixoto. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1997.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 15-VII-1999.



Alteração toponímica distrital 
Nova Paulicéia para Gavião Peixoto, alterado pela lei nº 1993, de 05-12-1924.


Ribeirão Preto, Domingo, 16 de Julho de 2000 
EFEITO EMBRAER
Araraquara, Matão, São Carlos e Ribeirão concorrem para ter os salários dos futuros funcionários da fábrica
Vizinhas a Gavião disputam R$ 10 mi
EVANDRO SPINELLI
ENVIADO A GAVIÃO PEIXOTO E ARARAQUARA
Cidades vizinhas a Gavião Peixoto já começam a disputar os cerca de R$ 10 milhões em salários que a nova fábrica de aviões da Embraer -a ser instalada no ex-distrito de Araraquara- vai injetar na economia da região todos os meses.
Pelos cálculos do governo do Estado, a nova fábrica vai gerar cerca de 4.500 empregos diretos e indiretos, o que daria uma média salarial de R$ 2.200.
A pequena Gavião Peixoto, com 4.500 habitantes, não tem uma estrutura de comércio e de prestação de serviços já formada. Foi o que gerou o interesse das cidades da região. Araraquara, São Carlos, Matão e até Ribeirão Preto já se mobilizam para ficar com uma parte do filão.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Araraquara, Feiz Mattar, diz que a cidade deve se tornar o centro econômico da região.
"Vamos ganhar um status de desenvolvimento econômico muito aguçado. Seremos um grande centro exportador e teremos um pólo industrial muito forte. Certamente Araraquara vai se consolidar como o grande centro econômico da região", diz o secretário.
Nicolau Cury é um empresário que está investindo pensando no retorno que a Embraer pode lhe proporcionar. Ele é diretor da Vivenda Nobre, uma construtora e incorporadora que está construindo três prédios de alto padrão em Araraquara.
"O que realmente nos motivou a investir foi a qualidade de vida excepcional que Araraquara oferece", diz Cury, citando o principal "produto" da cidade na visão de Mattar.
O prefeito de Matão, Adauto Scardoelli (PT), no entanto, não perde tempo e já quer emplacar o município como o grande parque industrial da região, também pensando no que a empresa pode lhe proporcionar em dividendos.
"Estou preparando um estudo para apresentar à Embraer sobre a adequação do nosso parque industrial para ser fornecedor da empresa. Isso pode alavancar o parque industrial de Matão, que é de alta qualidade e tem mão-de-obra qualificada", diz o prefeito.
Para ele, São Carlos vai oferecer a tecnologia, Araraquara vai prestar serviços e Matão terá o principal parque industrial produtivo.
São Carlos não nega que pretende ter uma participação significativa na divisão da massa salarial da Embraer.
"As universidades devem atrair os técnicos e pesquisadores, que terão um poder aquisitivo maior", afirmou o presidente do Sindicato do Comércio da cidade, Paulo Roberto Gullo.
Para o diretor do Instituto de Pesquisas Sociais da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACI-RP), Antônio Vicente Golfeto, quem for mais competente vai atrair a maior parte do dinheiro. Ele cita como concorrentes Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Campinas.
"As cidades estão atrás do dinheiro que a Embraer vai multiplicar. O efeito de multiplicar é proporcional à tecnologia que ela incorpora. O que vale mais: 100 kg de avião, 100 kg de carro ou 100 kg de matéria-prima?", diz Golfeto, em tom de brincadeira.


Ribeirão Preto, Domingo, 16 de Julho de 2000 

EFEITO EMBRAER 2
Cinco anos depois de obter emancipação, cidade depende da estrutura de seu município de origem
Gavião ainda vive à sombra de Araraquara
DO ENVIADO ESPECIAL 

O município de Gavião Peixoto foi criado em 1995, em um plebiscito que aprovou a emancipação de Araraquara. Cinco anos depois, o ex-distrito ainda depende muito de sua cidade-mãe.

Com a construção da nova fábrica de aviões da Embraer em uma área de 600 alqueires na zona rural da cidade, Gavião Peixoto espera um grande crescimento econômico e, por consequência, populacional.
Para isso, no entanto, terá que melhorar sua infra-estrutura urbana. O prefeito Alexandre Marucci Bastos (PV) diz que toda a rede de água e esgoto terá que ser redimensionada.
"Temos que prever o crescimento da cidade. Isso não pode acontecer aleatoriamente", disse Bastos no mês passado, um dia antes do anúncio oficial de que a cidade iria abrigar a fábrica.
A economia de Gavião Peixoto é essencialmente agrícola. Segundo o prefeito, 76% da economia da cidade depende da laranja, plantada em Gavião e processada pelas fábricas de suco da região.
Outros 14% do movimento econômico vêm da cana-de-açúcar e 7%, da usina hidrelétrica que a cidade abriga.
Para as obras de infra-estrutura, Gavião Peixoto terá que contar com seu próprio Orçamento. Neste ano, a previsão de arrecadação é de R$ 3 milhões, mas esse valor deve crescer quando a Embraer e suas 14 fornecedoras estrangeiras estiverem funcionando, em outubro do ano que vem.
Entre essas obras necessárias para dotar a cidade de infra-estrutura, estão a construção dos prédios próprios da prefeitura e da Câmara Municipal. Hoje, os órgãos públicos funcionam em prédios alugados.
Em 1997, quando os primeiros vereadores da cidade tomaram posse, não tinham sequer local para se reunir. As sessões da Câmara eram realizadas na sede social do Gavião Futebol Clube, o time de futebol do antigo distrito.

Fama

Com o anúncio de que iria abrigar uma fábrica de aviões, Gavião Peixoto ganhou fama nacional. Mas não é a primeira vez. Em 1917, foi plantada na cidade a primeira seringueira do Estado de São Paulo. O fato ganhou grande repercussão na mídia, segundo moradores mais antigos.
Em 1995, aconteceu na cidade a primeira eleição informatizada do país, no plebiscito que decidiu pela emancipação de Araraquara do então distrito. "Dessa vez acho que a fama vai ajudar Gavião a se desenvolver", diz Acylino Marcondes Rezende, da comissão que defendeu a emancipação.
(EVANDRO SPINELLI) 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.