Boa Esperança do Sul é a cidade com maior vulnerabilidade social na região
Taxas de analfabetismo e de crianças fora da escola pesaram no município.
Santa Cruz da Conceição possui o melhor perfil, com IVS 0,14, aponta Ipea.
Boa Esperança do Sul possui a maior vulnerabilidade social entre as 42 cidades cobertas pela EPTV Central, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O município tem Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) 0,33, maior do que a média nacional, de 0,32. Já Santa Cruz da Conceição possui o melhor perfil da região, com 0,14. Veja na tabela abaixo cada uma das taxas.
Local | IVS 2000 | IVS 2010 |
---|---|---|
Brasil | 0,44 | 0,32 |
Aguaí | 0,36 | 0,28 |
Águas da Prata | 0,24 | 0,18 |
Américo | 0,36 | 0,26 |
Analândia | 0,25 | 0,19 |
Araraquara | 0,26 | 0,17 |
Araras | 0,25 | 0,18 |
Boa Esperança | 0,43 | 0,33 |
Brotas | 0,31 | 0,19 |
Caconde | 0,37 | 0,26 |
Casa Branca | 0,25 | 0,17 |
Conchal | 0,31 | 0,19 |
Corumbataí | 0,27 | 0,15 |
Descalvado | 0,27 | 0,19 |
Divinolândia | 0,3 | 0,25 |
Dourado | 0,35 | 0,26 |
Gavião Peixoto | 0,33 | 0,23 |
Ibaté | 0,36 | 0,29 |
Itirapina | 0,32 | 0,27 |
Itobi | 0,3 | 0,19 |
Leme | 0,39 | 0,3 |
Matão | 0,35 | 0,24 |
Mococa | 0,31 | 0,21 |
Motuca | 0,27 | 0,22 |
Nova Europa | 0,32 | 0,24 |
Pirassununga | 0,27 | 0,18 |
Porto Ferreira | 0,3 | 0,22 |
Ribeirão Bonito | 0,34 | 0,24 |
Rincão | 0,37 | 0,22 |
Rio Claro | 0,23 | 0,15 |
Sta. Cruz da Conceição | 0,18 | 0,14 |
Sta. Cruz das Palmeiras | 0,36 | 0,28 |
Santa Gertrudes | 0,24 | 0,16 |
Santa Lúcia | 0,37 | 0,31 |
Sta. Rita do Passa Quatro | 0,25 | 0,2 |
São Carlos | 0,25 | 0,18 |
São João da Boa Vista | 0,25 | 0,16 |
São José do Rio Pardo | 0,26 | 0,19 |
São Sebastião da Grama | 0,31 | 0,2 |
Tambaú | 0,32 | 0,22 |
Tapiratiba | 0,24 | 0,16 |
Trabiju | 0,38 | 0,29 |
Vargem Grande do Sul | 0,4 | 0,29 |
Os dados foram divulgados pelo Ipea na última semana e trazem comparações com dados de 2000 que mostram que, na região, todas as cidades melhoraram seus índices. No levantamento passado, Rincão, tinha IVS 0,37 e chegou a 0,22, uma redução de 0,15. Brotas (0,31 para 0,19), Conchal (0,31 para 0,19) e Corumbataí (0,27 para 0,15) foram outros municípios com quedas expressivas.
Boa Esperança também reduziu seu índice entre 2000 (0,43) e 2010, mas, ainda assim, alguns fatores pesaram na conta. Entre eles: 35,46% de crianças em domicílios em que ninguém tem fundamental completo (a média nacional é de 30,39%), 58% de crianças de 0 a 5 anos fora da escola e a taxa de analfabetismo de 10,63 (a média nacional é de 9,61).O IVS varia entre 0 e 1 e, quanto mais próximo a 1, maior é a vulnerabilidade social. De 0 a 0,2, considera-se que a vulnerabilidade é muito baixa; valores entre 0,201 e 0,3 indicam vulnerabilidade baixa; IVS entre 0,301 e 0,4 aponta para média vulnerabilidade e, entre 0,401 e 0,5, alta vulnerabilidade. Qualquer valor entre 0,501 e 1 indica que o município possui muito alta vulnerabilidade social.
Entenda
O IVS é construído a partir de indicadores do Atlas do Desenvolvimento Humano (ADH) no Brasil e procura dar destaque a situações de exclusão no território nacional, em uma perspectiva que vai além da identificação da pobreza como insuficiência de recursos monetários. Dessa forma, ele complementa o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e fornece informações que podem ser usadas pelos governantes para a criação ou aperfeiçoamento de políticas públicas mais sintonizadas com as reais necessidades locais.
O IVS é construído a partir de indicadores do Atlas do Desenvolvimento Humano (ADH) no Brasil e procura dar destaque a situações de exclusão no território nacional, em uma perspectiva que vai além da identificação da pobreza como insuficiência de recursos monetários. Dessa forma, ele complementa o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e fornece informações que podem ser usadas pelos governantes para a criação ou aperfeiçoamento de políticas públicas mais sintonizadas com as reais necessidades locais.
Para isso, são considerados 16 indicadores estruturados em três dimensões – infraestrutura urbana, capital humano e renda e trabalho – e entendidos como fatores que deveriam estar à disposição da população. “Nesta medida, este índice foi pensado para dialogar com o desenho da política social brasileira, uma vez que atesta a ausência ou insuficiência de ‘ativos’ que, pela própria Constituição Federal de 1988, deveriam ser providos aos cidadãos pelo Estado, nas suas diversas instâncias administrativas”, explica o Atlas da Vulnerabilidade Social.
Assim, em infraestrutura urbana, são considerados o percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgoto inadequados, a porcentagem da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta de lixo e a taxa de moradores que vivem em imóveis com renda per capita inferior a meio salário mínimo e que gastam mais de uma hora até o trabalho.
Em capital humano, o Ipea analisa a mortalidade até um ano de idade, o percentual de crianças de 0 a 5 anos que
não frequentam a escola, o percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola, a porcentagem de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos, o percentual de mães chefes de família e sem ensino fundamental completo, a taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais, o percentual de crianças que vivem em domicílios em quenenhum dos moradores tem o ensino fundamental completo e o percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo.
não frequentam a escola, o percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola, a porcentagem de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos, o percentual de mães chefes de família e sem ensino fundamental completo, a taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais, o percentual de crianças que vivem em domicílios em quenenhum dos moradores tem o ensino fundamental completo e o percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo.
Por fim, em renda e trabalho, o levantamento mede a proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo, a taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais, o percentual de pessoas de 18 anos ou mais sem fundamental completo e em ocupação informal, a porcentagem de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo e dependentes de idosos, e a taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos.
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