Ao contrário do que muitos pensam, a conquista de uma boa porcentagem de votos não depende apenas das campanhas e esforços realizados pouco tempo antes de uma eleição. Ela é fruto de estratégias de marketing precisas, que determinam a mensagem certa para o público certo no momento certo.
Para te ajudar a entender melhor essa realidade e saber como aplicá-la ao seu contexto, preparamos uma postagem especial, onde separamos as 6 melhores táticas de marketing político. Antes de começarmos, entretanto, é preciso deixar claro a diferença entre marketing político e marketing eleitoral:
Marketing político x marketing eleitoral
Em termos gerais, marketing eleitoral são as ações realizadas pouco tempo antes de um pleito e finalizadas após a votação. Ele possui objetivos a curto prazo e um resultado pontual: eleger o candidato.
O marketing político, por sua vez, é uma construção no longo prazo, que possui objetivos mais amplos, como o relacionamento com a população, captação de informações preciosas e formação de uma base de seguidores. Ambos não são excludentes e devem ser utilizados nos momentos certos.
Nós publicamos aqui no blog um artigo que trata apenas desse tema, que você pode acessar clicando aqui. Uma vez compreendida essa diferença, vamos ao que interessa!
Táticas de marketing político que realmente funcionam
Crie uma narrativa
A narrativa política é a história por trás do candidato. Seu papel é fundamental para gerar uma pessoalidade especial nas comunicações de campanha e também ao longo do mandato. Ela deve ser definida e documentada antes de todas as outras ações, pois define quem é o candidato e, para isso, deve responder a algumas perguntas:
- Qual é a sua história pessoal?
- Qual é a sua trajetória política?
- Quais são as suas crenças e filosofias?
- Ele possui alguma característica especial?
- Quais os traços de sua personalidade, como carisma, garra etc.?
Em resumo, a narrativa deve responder a uma pergunta principal: por que vale a pena votar nesse candidato? Vale lembrar que, quanto mais alto for o cargo almejado melhor deve ser a narrativa, uma vez que o público diversifica-se exponencialmente. De qualquer maneira, ela é imprescindível para o sucesso das estratégias, tanto de marketing político quanto eleitoral.
Um detalhe muito importante dessa tática é não deixar-se levar por achismos sobre o público que a campanha pretende atingir. Ela deve ser um retrato honesto do candidato, porque precisa estar de acordo com entrevistas e aparições públicas ao longo da campanha e do mandato.
Exemplo de narrativa
Nas eleições presidenciais norte-americanas de 2008 ficou claro o uso da narrativa entre os então candidatos Barack Obama e John McCain. Enquanto McCain propôs uma narrativa de sacrifício pessoal pelo seu país — como veterano de guerra —, a equipe de Obama construiu uma narrativa voltada ao novo, à mudança e inclusão social.
Utilize corretamente as redes sociais
As redes sociais são ferramentas poderosas para a construção da imagem de um político e para o relacionamento com a base de seguidores. Saber utilizar cada plataforma da maneira correta é muito importante e certamente fará a diferença nos resultados.
A maior rede social do mundo também é a principal plataforma de comunicação para a maioria dos candidatos. Nela, imagens falam mais do que mil palavras. Fotos, memes e gracejos possuem grande poder nessa rede — basta lembrar do “Yes We Can” de Barack Obama, em 2008. Mas fica aqui uma regra: abuse do bom-senso na hora de criar uma imagem como essa!
A famosa rede social dos 140 caracteres possui uma característica mais voltada para o diálogo. Nela tudo acontece muito mais rápido do que no Facebook e aqui as hashtags efetivamente geram resultados. Além do #, utilize encurtadores de link (o Google possui um gratuito) e busque encaminhar os seguidores para conteúdos publicados no blog/site do candidato.
Essa é uma rede social de compartilhamento de imagens, exclusiva para smartphones e tablets. Justamente por isso, atenha-se às imagens. Links externos podem ser utilizados com o encurtador, mas lembre-se de que a ideia é compartilhar imagens e não imagens com texto!
Ainda existem outras redes, como Snapchat, Google+ e Tumblr. Não descarte essas possibilidades. O melhor é realizar pesquisas com o público para saber onde os seus potenciais eleitores estão e como se comunicam, além de saber se eles teriam interesse em obter informações sobre o candidato nesses outros canais.
Acompanhe os resultados
Um fato comum entre todas essas redes sociais é que é preciso monitorar e acompanhar os resultados, multiplicando as ações que possuem bom engajamento (curtidas, comentários e compartilhamentos, ou retuítes e marcações) e evitando, ou diminuindo, aquelas que não têm tanto impacto.
As próprias plataformas oferecem ferramentas para esse monitoramento, mas também existem softwares exclusivos para esse acompanhamento.
O mesmo vale para os conteúdos publicados no blog/site do candidato. Utilize um software de Web Analytics (como o Google Analytics) para mensurar dados demográficos e qualitativos referentes ao site e aos visitantes.
Monitore as redes sociais
Ferramentas como Scup e o Social Metrics são excelentes maneiras de saber o que estão falando sobre o candidato de maneira espontânea (em seus próprios murais do Facebook, por exemplo). Através de palavras-chave e filtros pré-selecionados pela equipe de marketing é possível captar essas citações.
Você pode monitorar, por exemplo, o nome do candidato, seu partido, alguma palavra-chave relacionada a uma proposta e, até mesmo, o nome de um oponente direto ou partido rival. Certamente essas informações gerarão valiosos insights para a estratégia.
Alie as estratégias on e off-line
Aliar esses dois universos é uma tática poderosa, que certamente gerará bons resultados para o político. A cada dia nosso mundo está mais integrado ao ambiente digital e desconsiderar isso pode trazer prejuízos para a campanha e também durante o mandato.
Um bom exemplo desse alinhamento é a transmissão ao vivo via Twitter de uma entrevista para a TV. Ou então, ao contrário, pedir aos seguidores que participaram de uma passeata ou carreata que enviem as fotos que fizeram com seus smartphones.
Outra coisa importante é lembrar-se de integrar os links das redes sociais e o site do candidato ao material impresso. Você também pode utilizar QR Codes com conteúdo exclusivo para um determinado panfleto. Por exemplo, um folder sobre combate à corrupção com um QR Code que leva para um vídeo do candidato no YouTube falando sobre o tema.
Faça marketing negativo
Sim, é isso mesmo que você leu: marketing negativo. Parte do marketing político é falar bem do candidato, a outra — nem tão glamourosa assim — é apontar os defeitos e problemas dos principais concorrentes. Mas é preciso ter muito cuidado com esse tipo de conteúdo.
É muito importante que todas as publicações sejam baseadas em fontes confiáveis e que essas fontes sejam acessíveis para os seguidores. Outro ponto fundamental é que ela não seja o cerne da estratégia, mas uma tática utilizada com sabedoria e bom-senso.
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