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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

FAMILIA DE CRIANÇA COM PARALISIA AGUARDA DEPÓSITO DA UNIÃO

19/01/2015 21h25 - Atualizado em 19/01/2015 21h25

Família de criança com paralisia tenta ampliar prazo para pagar por cirurgia

Depósito deveria ter sido feito por União até esta segunda, diz mãe de Júlia.
Ministério da Saúde informa ter depositado quantia em juízo durante a tarde.

Fernanda TestaDo G1 Ribeirão e Franca
Mesmo com passagens aéreas compradas e hospedagem paga nos Estados Unidos, ainda é incerto o destino da menina de Ribeirão Preto (SP) Júlia Marcheti Ferraz, de 5 anos. Portadora de uma paralisia cerebral que compromete os movimentos dos membros, a criança tem como única esperança uma cirurgia na medula, feita somente no St. Louis Children's Hospital, no estado do Missouri, e que deveria ter sido paga nesta segunda-feira (19).
Uma decisão da Justiça Federal obrigou a União a custear o procedimento, mas, segundo a família, o Ministério da Saúde ainda não providenciou o depósito, o que pode fazer com que a cirurgia seja cancelada. "Estamos em pânico", afirma Ana Paula Marcheti Ferraz, mãe de Júlia.
O órgão informou, no entanto, que fez o pagamento em juízo na tarde desta segunda-feira. A família não confirmou a informação até o fechamento desta matéria.
Novo prazo
Ana Paula diz que entrará em contato com a unidade para tentar estender o prazo mais uma vez. "Estou esperando o final do dia de hoje [segunda] para entrar em contato com eles. Vou anexar as reportagens que saíram na imprensa e pedir mais um tempo. Como são seis horas de diferença de fuso, vou escrever à noite para ver se ganho um tempo a mais", afirma a professora universitária.
Sem esperanças de receber a quantia em tempo hábil, a família ainda tenta arrecadar os US$ 44,2 mil para pagar a cirurgia nos EUA. Familiares e empréstimo em banco são cogitados.
"As passagens estão compradas, a hospadagem está paga. Temos uma parte desse dinheiro, mas a outra foi dada em dois carros como caução. Como o processo foi favorável a nós, teoricamente temos direito ao dinheiro. Mas não podemos esperar", diz.
Como o processo foi favorável a nós, teoricamente temos direito ao dinheiro. Mas não podemos esperar"
Ana Paula Marcheti Ferraz,
mãe de Júlia
Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que efetuou o pagamento na tarde desta segunda-feira e que este foi realizado em conta em juízo, "onde o recurso fica a disposição do juiz."
O departamento ainda esclareceu que, apesar disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) dispõe da cirurgia de que a menina precisa no Hospital das Clínicas e na Santa Casa de Ribeirão, "desde que haja indicação clínica para o caso."
O caso
Júlia Marcheti Ferraz foi diagnosticada com leucomalácia periventricular nível 3 aos 8 meses de idade. A paralisia cerebral causa rigidez muscular e compromete os movimentos dos membros, podendo até provocar atrofia.
Júlia Marcheti Ferraz tem paralisia cerebral e aguarda custeio de cirurgia nos EUA (Foto: Valdinei Malaguti/EPTV)Júlia Marcheti Ferraz tem paralisia cerebral e
aguarda custeio de cirurgia nos EUA
(Foto: Valdinei Malaguti/EPTV)
A menina só se locomove com a ajuda de um andador e depende dos pais nas tarefas diárias. Para manter os movimentos musculares, Júlia faz sessões de fisioterapia todos os dias, além de tomar vários medicamentos. Os gastos são de cerca de R$ 5 mil por mês.
A briga na Justiça pelo pagamento da cirurgia de Júlia começou em 10 de dezembro, logo após a família da menina receber o aceite do St Louis Children's Hospital para a internação da criança. A primeira liminar que determinou que a União pagasse US$ 44,2 mil pelo procedimento foi proferida em 25 de dezembro. O Ministério da Saúde, no entanto, não cumpriu o prazo estipulado pela Justiça para a realização do depósito.No dia 30 de dezembro, a família de Júlia pediu reapreciação da liminar e obteve parecer favorável no dia seguinte. No dia 13 de janeiro, Ana Paula e o marido, Alexandre Ferraz, participaram de uma audiência na Justiça Federal em Ribeirão Preto junto a um auditor do Sistema Único de Saúde (SUS).
A última decisão da Justiça Federal deu prazo de 24 horas a partir de 13 de janeiro para que o depósito fosse efetuado, mas novamente a quantia não foi depositada.

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