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terça-feira, 31 de julho de 2012

FALTA DE APETITE SEXUAL...LEIA PORQUE

Uma em três brasileiras diz ter falta de desejo sexual, segundo estudo
DE SÃO PAULO

Atualizado às 09h52.
HOJE (31) é comemorado o Dia Mundial do Orgasmo. A data foi criada por uma rede britânica de sex-shop. Segundo pesquisas encomendadas pelos donos dessas lojas, 80% das mulheres no Reino Unido não chegam ao clímax no ato sexual.
As brasileiras, aparentemente, têm mais prazer. Em uma pesquisa do Datafolha de 2009, 39% das entrevistas afirmaram sempre chegar ao orgasmo e 37%, quase sempre. Entre os homens, 76% disseram que sempre 'chegam lá'.
Um outro estudo, realizado pelo Prosex (Projeto Sexualidade) da Universidade de São Paulo, mostrou que 29,3% das brasileiras com mais de 18 anos sofrem com disfunção orgásmica e 34,6%, com a falta de desejo sexual.
As principais causas são fatores psicológicos, segundo Gerson Pereira Lopes, presidente da Comissão Nacional Especializada em Sexualidade da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia ).
Mas fatores fisiológicos também podem impedir o prazer. Por exemplo, uso de medicamentos como inibidores de apetite e antidepressivos, que retardam a ação do sistema nervoso central, dificultando o orgasmo. Disfunção hormonal ou má formação congênita da região genital, também estão entre as causas orgânicas, segundo Hugo Miyahira, vice-presidente da Região Sudeste da Febrasgo.
PRAZER BLOQUEADO
De acordo com Miyahira, de 15 a 30% das mulheres são afetadas pela anorgasmia, disfunção que bloqueia o orgasmo e pode ser absoluta ou eventual. A anorgasmia pode ser causada por acidentes que atingem a medula, alterações hormonais e anormalidades no formato da vagina, útero ou músculos da região genital. "Mas todos estes problemas são reversíveis com encaminhamento adequado", afirma o médico.
Já na chamada frigidez -- diminuição da libido -- a falta de desejo compromete a lubrificação vaginal, o que torna a relação desprazerosa. Lubrificantes, psicoterapia e reposição hormonal (na menopausa) são possibilidades para tratar o problema.
Outra disfunção é a dispareunia, dor genital durante ou após o coito. Ela pode ser causada por infecções na vulva, herpes genital e outras DSTs, cistites, endometriose e tumores pélvicos.
O que mais leva as mulheres aos consultórios é o vaginismo, apesar de não ser o distúrbio mais comum - afeta de 2% a 6% da população. A disfunção, um espasmo involuntário recorrente que contrai a vagina, impede a penetração ou faz com que ela seja extremamente dolorida. As principais causas do vaginismo são infecção pélvica, cicatrizes no orifício vaginal, lesão por cirurgia ou irritação devido ao uso de preservativos de látex, ducha íntima e espermicidas, além de fatores emocionais.
Os tratamentos das disfunções que dificultam o orgasmo costumam ser breves e eficazes, afirma Gerson Lopes.
APRENDIZADO
O melhor caminho para chegar ao orgasmo ou perceber que há algo de errado com a sexualidade é conhecer o próprio corpo, afirmam os médicos. "A mulher que se toca, sabe como sentir prazer e não fica tensa na hora da relação. Além disso, ela consegue identificar disfunções sexuais com mais facilidade", diz Lopes.
Nem todas se sentem à vontade para assumir o aprendizado. Na pesquisa do Datafolha, 78% afirmaram não se masturbar. No estudo do Prosex, da USP, 92,1% das brasileiras disseram que não se masturbam frequentemente.
GOZO OBRIGATÓRIO
No dia do orgasmo ou em qualquer outro, é bom lembrar que satisfação não é sinônimo de clímax. "Em uma relação sexual há outras formas de prazer", diz Gerson Lopes.
Mas a sociedade atual parece impor a obrigação do orgasmo -- a 'orgasmocracia', segundo Lopes. "Esta situação leva muitas mulheres a fingirem, o que as deixa ainda mais frustradas."
Entre as mulheres ouvidas pelo Datafolha, metade afirmou já ter fingido o orgasmo. Mas eles também mentem: 26% dos homens entrevistados também disseram fingir o gozo.
"Tão opressor quanto não conseguir gozar, é se sentir obrigado a fazê-lo", diz o especialista em sexualidade da Febrasgo.

Ter uma vida sexual ativa é um bem que proporcionamos à nossa saúde, principalmente quando praticamos sexo com a pessoa pela qual estamos apaixonadas. Sentir prazer e se apaixonar faz um bem danado para o nosso equilíbrio emocional e para nosso sistema imunológico. Foi o que disse ao SRZD a coordenadora do ambulatório de sexualidade da clínica ginecológica do Hospital das Clínicas da faculdade de medicina da USP, Elsa Gay.

 "Quem comanda o corpo são os hormônios. Como o sexo influencia e é influenciado diretamente por eles, o comportamento das pessoas é modificado", conta. A própria jovialidade pode ser ligada ao sexo. "Quando você é uma pessoa que aparenta ser mais jovem, isso se deve aos exercícios físicos que você pratica, antecedentes genéticos e pelo sexo".

A especialista falou sobre a importância de a mulher conhecer o próprio corpo e de explorar a sua sexualidade. "Se você sair na rua depois de massagar o seu clitóris, será perceptível a modificação na pele e no seu próprio olhar. É o 'botão dourado'. Se for pelo companheiro que você gosta, então, tudo se transforma". Elsa explica que não podemos ter vergonha.

De acordo com ela, quando fazemos sexo, a serotonina e a ocitocina (que são hormônios responsáveis pelo leite da mulher, contrações na hora do parto e também pelo aconchego) são liberados. Quando o homem e a mulher liberam juntos essas substâncias é como se tivesse se formado um vínculo. Isso tudo é bastante positivo para o equilíbrio emocional da pessoa e para a sua felicidade. As influências na saúde são claras "quando estamos apaixonados, dificilmente estamos doentes".

Ter fantasias e realizá-las é importante!

Foto: Reprodução de InternetA maneira como fomos criados e as influências que sofremos ao longo da vida são fatores indispensáveis na hora de se pensar a maneira de cada um exercer a sexualidade. Elsa explica que os pilares para lapidar a sexualidade são divididos, principalmente, em escola, família, e no que acontece ao redor das pessoas. "Freud explica que, quando um casal faz sexo, não são duas pessoas que estão na cama, e sim seis", fazendo alusão aos nossos pais.
Ela ressalta que ter fantasias é uma coisa muito importante, por mais que nossa orientação sexual tenha sido mais reprimida. Ter fantasias significa poder liberar nossas energias de maneira completa, poder tornar real aquilo que estava em nossos pensamentos. Sempre que isso acontece, o retorno é gratificante e prazeroso.
Conhecer-se e conhecer o outro. Isso significa tocar e explorar o próprio corpo para saber como gostaria de ser tocada pelo parceiro. A segunda etapa seria comunicar ao parceiro o que é prazeroso e, depois, negociar o que farão. Com certeza vocês vão descobrir muitas coisas juntos.


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